Mercado Imobiliário Celebra a Redução da Taxa Selic e Vislumbra Novas Oportunidades

A recente redução da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central trouxe boas notícias para o mercado imobiliário, que reagiu positivamente ao anúncio. A taxa Selic, que permanecia em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, foi ajustada para 13,25%. Embora ainda seja considerado alto, essa mudança é motivo de retenção para incorporadoras, imobiliárias e corretores de imóveis, pois sinaliza o início de um ciclo de queda dos juros, o que tende a reaquecer o setor.

Os agentes do mercado e o próprio Copom apontam que um novo corte de 0,5 ponto percentual pode acontecer já na próxima reunião do cômite, que acontece nos dias 19 e 20 de setembro. A projeção anterior do Boletim Focus indicava que a taxa poderia chegar a 12% até o final de 2023, mas esse cenário pode ser verificado para baixo agora.

Impacto no Mercado Imobiliário

No primeiro semestre, o mercado imobiliário causou desafios, com o acesso ao crédito em queda e a desaceleração de negócios, o que afetou o setor. Com a perspectiva do início do ciclo de queda dos juros, atuantes da área veem um novo momento de otimismo e oportunidades.

Rodrigo Werneck, CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, hub de inteligência imobiliária, destaca que a queda da Selic pode estimular os negócios, mas é essencial que os imobiliários estejam preparados para aproveitar esse momento de interrupção e atender à demanda crescente.

Economistas como Danilo Igliori, da fintech Nomad e fundador do DataZap, enfatizam que o corte dos juros terá efeitos imediatos, mas também beneficiará o mercado no médio e longo prazo. Os juros baixos favorecem a geração de emprego e renda, impulsionando a demanda por imóveis, além de estimular investimentos e facilitar a captação de financiamentos imobiliários.

Entidades do Setor Imobiliário Celebram a Queda da Selic

As entidades do setor imobiliário também comemoram a redução da Selic, esperando efeitos positivos no curto prazo. A Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) destaca a perspectiva de que a taxa chegue a 9% até o final de 2024, o que pode investir no mercado imobiliário e na área de locação.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) ressalta a importância do aumento da oferta de financiamento ao setor, especialmente por meio da ampliação dos recursos da poupança destinados ao financiamento imobiliário.

Fundos Imobiliários e o Cenário de Queda dos Juros

Para os investidores do mercado imobiliário, a redução da Selic levanta questionamentos sobre a decisão de investir em fundos imobiliários (FIIs). De modo geral, a resposta é positiva tanto para fundos de papel quanto para os de tijolo. Com juros mais baixos, o investimento em imóveis volta a ser atrativo, oferecendo um retorno interessante e seguro.

Daniel Diniz, sócio-fundador da consultoria TREE, destaca que os imóveis tradicionais podem ser beneficiados com o aquecimento dos FIIs, pois o aumento da demanda por imóveis decorrente da queda dos juros tendem a refletir diretamente nos imóveis de menor porte.