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Bilionários 2023: os países com mais cidadãos super-ricos este ano

No ano passado, os oligarcas russos recuperaram parte do seus patrimônios, enquanto os norte-americanos viram suas fortunas diminuírem US$ 200 bilhões

Publicado em 22 de Junho de 2023 às 05:22 PM

 

Os super-ricos estão por toda parte, e isso fica evidente no ranking da Forbes de 2023, que listou 2.640 bilionários em 77 países ao redor do mundo, um aumento em relação aos 2.567 do ano passado. Essa expansão inclui duas adições interessantes: Panamá e Armênia.

 

O Panamá agora conta com um bilionário na lista, Stanley Motta, um investidor com um portfólio diversificado de empresas latino-americanas, incluindo o Banco General do Panamá. Já a Armênia apresenta Ruben Vardanyan, um banqueiro de investimentos e político que fez fortuna na Rússia durante a década de 1990. Vardanyan renunciou à cidadania russa no ano passado e está de volta à lista após ter ficado de fora em 2022.

 

Os Estados Unidos continuam sendo o país com o maior número de bilionários, com 735 indivíduos nessa categoria, mantendo a liderança mesmo com a saída de cerca de 50 norte-americanos da lista, incluindo personalidades como Kanye West e Sam Bankman-Fried, e com o falecimento de alguns bilionários. No entanto, mais de 60 novos cidadãos norte-americanos entraram para a lista de bilionários pela primeira vez este ano, incluindo LeBron James e Tiger Woods.

 

Com os Estados Unidos contendo o maior número de bilionários, a pessoa mais rica do mundo é americana. Elon Musk ultrapassou Bernard Arnault, bilionário francês no setor de bens de luxo e permanece como a pessoa mais rica do mundo até o momento.

 

A China ocupa o segundo lugar em número de bilionários, com 495 indivíduos (sem incluir Hong Kong e Macau), que somam um patrimônio líquido total de US$ 1,67 trilhão. Entretanto, o país teve um desempenho inferior em relação ao ano anterior, quando contava com 539 bilionários chineses, avaliados em US$ 1,96 trilhão. As políticas de "Covid zero" adotadas pela China, juntamente com a transição econômica pós-pandêmica desafiadora, afetaram o crescimento econômico e os preços das ações. Além disso, uma crise no setor imobiliário chinês, devido ao excesso de oferta, também impactou negativamente a economia do país.

 

A Índia, por sua vez, possui o terceiro maior número de bilionários, com 169 indivíduos. Embora três novos nomes indianos tenham entrado para a lista, o valor combinado dos bilionários indianos diminuiu. Atualmente, eles possuem um patrimônio líquido total de US$ 675 bilhões, cerca de US$ 75 bilhões a menos do que em 2022. Essa queda significativa pode ser atribuída em grande parte a Gautam Adani, presidente do conglomerado Adani Group, cujo patrimônio líquido despencou de US$ 90 bilhões para US$ 47,2 bilhões devido a acusações de fraude e manipulação do mercado.

 

Na Alemanha, o número de bilionários caiu de 134 para 126 em relação ao ano anterior. Entre os destaques negativos estão Joachim Ante, cofundador da empresa de jogos Unity Software, e os três herdeiros da Knauf Gips KG, uma gigante do setor de materiais de construção. O homem mais rico da Alemanha é Dieter Schwarz, proprietário do Schwarz Group, gigante varejista que alcança vendas anuais de mais de US$ 140 bilhões.

 

Um fato interessante é o retorno dos russos no cenário dos bilionários. Apesar da guerra e das sanções ocidentais, a Rússia conseguiu recuperar sua posição. O país conta atualmente com 105 bilionários, com um patrimônio líquido combinado de US$ 474 bilhões, em comparação aos 83 bilionários e US$ 320 bilhões do ano anterior. Dos 105 bilionários russos listados pela Forbes em 2023, 25 retornaram à lista após terem saído no ano anterior. Embora as sanções tenham impactado negativamente a economia russa, o aumento dos preços das commodities impulsionou as receitas de algumas empresas. O magnata dos fertilizantes Andrey Melnichenko é a pessoa mais rica da Rússia, com uma fortuna estimada em US$ 25,2 bilhões.

 

O panorama dos bilionários ao redor do mundo reflete não apenas as flutuações econômicas, mas também fatores políticos e regulatórios. Enquanto alguns países veem um aumento no número de bilionários, outros enfrentam desafios que afetam suas fortunas. É um retrato complexo e dinâmico da riqueza global, que continua a se transformar ao longo do tempo.

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