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Com programas de até 45 milhões, Europa busca (e paga) por novos moradores

Veja 05 iniciativas governamentais que remuneram pessoas que aceitam se mudar para pequenas cidades europeias, da Itália à Grécia

Publicado em 29 de Agosto de 2023 às 05:12 PM

 

Nos últimos anos, a Europa tem enfrentado um desafio significativo: o envelhecimento acelerado de sua população. Com taxas de natalidade em declínio e expectativa de vida em constante aumento, a Comissão Europeia prevê que até 2050, um terço da população do continente terá mais de 65 anos, ultrapassando os 20% atuais. As projeções indicam que a população da União Europeia (UE) alcançará seu pico em 2040, com 526 milhões de habitantes - um aumento considerável em relação aos atuais 447 milhões -, para depois sofrer uma queda de 30 milhões até o final do século.

 

Essa crise demográfica já é uma realidade, com a Europa liderando a proporção da população idosa em relação aos demais continentes. De acordo com dados de 2021 da Statista, a Europa tem 19% de sua população composta por idosos, seguida pela América do Norte, com 17%, e Oceania, com 13%. Entre os países que envelhecem mais rapidamente está a Itália, que tem visto sua população diminuir desde 2014. O presidente da Instituição Nacional de Estatística da Itália (Istat), Giancarlo Blangiardo, aponta que a perda acumulada em quase uma década é de 1,36 milhão de habitantes.

 

A Itália ocupa a segunda posição como o país mais envelhecido do mundo, atrás apenas do Japão. Neste cenário, pessoas com mais de 65 anos representam de 4,2% a 23,8% do total da população, enquanto a faixa etária abaixo dos 15 anos passou de 34,2% para 12,7%. Essa relação é de 187,9 idosos para cada 100 jovens, com uma idade média da população de 46 anos.

 

Diante dessa situação alarmante, a Itália não é a única nação europeia a se preocupar com a crise demográfica. Várias nações do continente têm buscado maneiras de atrair novos moradores, famílias especialmente com filhos, para sustentar suas economias locais e criar comunidades sustentáveis ao longo do tempo. Esses esforços incluem a revitalização de áreas antigas, graduadas e com poucos habitantes, além de reformar e revitalizar imóveis abandonados.

 

Uma das estratégias adotadas por essas nações é oferecer incentivos financeiros para incentivar a migração para essas localidades. Os programas governamentais em diversos países europeus podem oferecer incentivos de até € 84.000 por pessoa (aproximadamente R$ 440 mil), com orçamentos que chegam a € 45 milhões. No entanto, é importante destacar que cada destino possui suas próprias regras e condições para fornecer esses benefícios, e os detalhes podem variar de acordo com o local escolhido.

 

Essas iniciativas têm como objetivo atrair novos moradores, especialmente jovens casais e famílias, para ajudar a reverter o declínio populacional e injetar vitalidade nas comunidades. Além disso, uma oferta de incentivos financeiros pode ser uma medida eficaz na corrida contra o tempo para enfrentar a crise demográfica que ameaça o futuro da Europa.

 

É seu sonho morar na Europa?

Veja a seguir 05 iniciativas de países do continente que podem te ajudar a realizá-lo – te pagando por isso, inclusive 

 

Irlanda

 


Em junho, a Irlanda anunciou que pagará até € 84.000 (cerca de R$ 440 mil) às pessoas que se mudarem para uma das 30 ilhas remotas do país. O programa governamental “Nossas Ilhas Vivas” visava revitalizar as propriedades abandonadas que adornam as paisagens das ilhas. Os aspirantes a moradores precisam comprar e possuir uma residência, desde que tenha sido construída antes de 1993 e permanecido vaga por pelo menos dois anos. O dinheiro recebido só pode ser usado em trabalhos de construção, para melhorias estruturais e reformas.

 

 

Albinen, Suíça

 


Nos Alpes Suíços, a cidade de Albinen, com menos de 250 residentes, disse que pagaria até € 50.000 (R$ 273.755) para famílias se mudarem para lá. Ao total, seriam 25.000 francos suíços (R$ 138.520) para adultos com menos de 45 anos e 10.000 francos suíços (R$ 55.410) por criança.

 

O subsídio foi aberto primeiro para cidadãos suíços ou estrangeiros qualificados que viveram na Suíça por tempo suficiente para obter uma residência ‘autorização C’. Os candidatos também deveriam morar em uma casa no valor de pelo menos 200.000 francos suíços (R$ 1.095.023) e se comprometer a morar em Albinen por 10 anos.

 

 

Ponga, Espanha

 


Nas montanhas do norte da Espanha, a cidade de Ponga ofereceu até € 3.000 (R$ 16.425) para famílias com filhos e até € 2.000 (R$ 10.950) para solteiros ou casais sem filhos. Quem aumentasse a população receberia um adicional de € 3.500 (R$ 19.162) por cada bebê nascido na aldeia.

 

Para aproveitar a oferta, as pessoas deveriam concordar em morar lá por pelo menos cinco anos, em um esforço de impulsionar a economia local.

 

Santo Stefano di Sessanio, Itália

 


Na região de Abruzzo, a vila de Santo Stefano di Sessanio ofereceu até € 44.000 (R$ 236 mil) em subsídios para quem topar se mudar e trabalhar por lá. A oferta inclui uma bolsa de até € 8.000 por ano durante 36 meses – um total de € 24.000 – e, para quem deseja abrir um negócio, uma cota única de € 20.000. Como se isso não fosse suficiente, a cidade também disponibiliza um lugar para morar com um valor de aluguel “simbólico”, ou seja, muito barato.

 

Entre os requisitos, os candidatos precisam ter pelo menos 18 anos, mas não mais que 40, serem residentes da Itália ou da União Europeia (ou ter a capacidade de se tornar um), em um lugar com mais de 2.000 habitantes.

 

Antikythera, Grécia

 


A Igreja Ortodoxa Grega fez um plano de pagar às famílias para se mudarem para a Ilha de Antikythera, na região sul do país. Os novos residentes receberiam uma casa e um terreno, além da quantia de € 500 (R$ 2,6 mil) mensalmente durante os primeiros três anos.

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